quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Apagão no Mercado Municipal de Faro

A administração do mercado municipal de Faro quer renovar os contratos de concessão com os operadores do local. Propôs aos comerciantes aumentos no aluguer por metro quadrado na ordem dos quatrocentos e quinhentos por cento. Alguns já assinaram. Dizem os desalinhados que “com medo das represálias”. E a verdad é que elas já se fizeram sentir. Quem não aderiu às novas proposta foi alvo de “manobras intimidatórias”, sendo uma delas o desligar da electricidade que iluminava as esplanadas.Após o final das obras do novo mercado municipal de Faro, em 2006, e feitas as mudanças dos operadores para o local, foram assinados, entre a administração e os comerciantes, contratos de concessão do espaço.
Agora, decorridos 4 anos e com o mercado a ser gerido por uma empresa municipal ao invés da sociedade anónima que a antecedeu, os comerciantes vêem-se confrontados com novas propostas por parte daquela empresa.
Indignados confessaram ao Faro pela Esquerda que se sentem “vítimas de extorsão e chantagem”. Em causa está a cláusula segundo a qual os comerciantes têm direito a explorar os espaços concedidos, sendo que a mesma concessão é renovada anualmente. O mesmo entendimento não tem a administração da empresa municipal já que propôs a cada um dos operadores a anulação dos contratos substituindo-os por outros onde se propunham aumentos na ordem dos quatrocentos e quinhentos por cento pela concessão do metro quadrado.
“Muitos houve que aceitaram”, explica José Ginga, proprietário da pastelaria M7, porém ele próprio não. Consultou os seus advogados e certificou-se que, efectivamente, o contrato está válido e que vigora até 2025. A mesma atitude teve Fernando Santos, proprietário do café Com Creme Café que não aceita o aumento do preço do metro quadrado a subir de 2,29€ para 12€. Um seu vizinho, desta feita dono do restaurante Farol, Carlos Correia também se recusou a assinar novo contrato prevendo aumentos também eles da ordem dos cerca de quatrocentos por cento.
Ao Faro pela Esquerda deram a cara três comerciantes, mas é convicção destes que existem mais nas mesmas circunstâncias. Em comum têm o facto de terem recebido o cheque que enviaram para pagamento da renda de Janeiro e as “manobras intimidatórias” de que são alvo.
Na passada sexta-feira, dia 11, viram-se confrontados com ordens do segurança do espaço no sentido de desmontarem as suas esplanadas. O motivo que alegava o mesmo prendia-se com a “inexistência de contrato”. Não convencidos, os comerciantes chamaram a PSP que, sem motivo que justificasse o encerramento das esplanadas, abandonou o local.
Na noite de dia 11, as ditas esplanadas ficaram às escuras. A empresa municipal gestora do mercado de Faro desligou as luzes e comerciantes e clientes estiveram à luz das velas.
José Ginga, Fernando Santos e Carlos Correia estão firmes nas suas convicções e “com a certeza de que cumprem a lei”.

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